Em uma única semana de fevereiro o setor dos plásticos foi afetado por paradas de plantas petroquímicas devido furacões (EUA), frio extremo (Texas) e terremotos (Japão). Esses fatores ambientais somente agravaram o desabastecimento no setor, ocasionado pela Pandemia do Corona Vírus.

Isso não é um filme de suspense, mas parece ser o nosso novo normal.

                A economia na atualidade se baseia em um modelo de produção linear (começo, meio e fim), conta com cadeias de produção longas e interdependentes, além de uma concentração em poucos e grandes players, que além de aumentar riscos de dependência, exige logística intensiva, que também é sensível aos fatores de risco que afetam a indústria.

                Já o modelo de Economia Circular conta com um modelo de produção muito mais pulverizado, regionalizado, e cadeias mais curtas, que não dependem da extração de recursos, pois está baseado, principalmente, na extensão do ciclo de vida, reuso, produtos como serviços e na última hipótese, a reciclagem.

                Acreditamos que 2021 será um dos anos com os maiores índices de reciclagem da história.

Por quê?

Por que a reciclagem só precisa de uma oportunidade.

Frente a indústria tradicional, a reciclagem nunca teve força e muito pouco incentivo, mas agora, com a falta dos materiais “virgens”, muitos optam pelo reciclado que passa a ter toda sua cadeia estimulada, e os recicláveis aumentam de preço, o que faz com que sua coleta, captação e triagem aumentem muito, indo menos plástico para o lixo e mais para a economia.

                Para a Economia Circular funcionar através de seus milhões de agentes (catadores, aparistas, recicladores, cooperativas, gestores de resíduos), basta ter um consumo anterior, o que é muito conveniente, pois se há consumo, há necessidade de uma nova produção. Essa cadeia gera milhares de empregos para pessoas em situações de grande vulnerabilidade, em especial nos momentos críticos, como pandemias, crises econômicas entre outros. Além dos benefícios gerados à sociedade de não geração de resíduo e a extração de recursos não renováveis.

                No modelo proposto pela EC, amplamente adotado como meta pelas maiores empresas e nações desenvolvidas do Mundo (são mais de 140 acordos, de nível internacional), a estabilidade na cadeia de fornecimento e o futuro, que chega cheio de oportunidade e desafios, mostra que a reciclagem será o modelo que veio para ficar, basta apenas dar-lhes uma oportunidade.

                Como diz uma das idealizadoras do Exchange 4 Change no Brasil, Beatriz Luz “ a Economia Circular é um modelo a prova de futuro”. Que o futuro venha, com tranquilidade e saúde, mas independente do cenário, que seja com reciclagem, pois além de precisarmos dos produtos para viver, precisamos da sustentabilidade, precisamos de inclusão social, e sobre tudo, precisamos reverter essa escalada de desequilíbrio que nós mesmos geramos ao planeta.